A inauguração de um novo albergue para pessoas em situação de rua na região central de Taguatinga tem gerado intensos debates entre moradores e comerciantes locais. O abrigo, que ocupará três lojas na Quadra C10, enfrenta críticas devido à proximidade com o Centro Pop, onde, segundo relatos de vizinhos, são frequentes ocorrências de furtos e brigas.
A Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal prevê um investimento de R$ 36,8 milhões ao longo de cinco anos, garantindo acolhimento para até 200 pessoas por noite. Entretanto, sua localização, a apenas 50 metros do Centro de Ensino Médio Escola Industrial de Taguatinga (CEMEIT), preocupa a comunidade escolar, que teme o aumento de vulnerabilidades para os 2.187 alunos.
A insegurança na região já causa impactos visíveis: diversas lojas fecharam ou colocaram seus estabelecimentos à venda. Os comerciantes que ainda operam reforçaram suas medidas de segurança, incluindo a manutenção de grades fechadas durante o expediente, para evitar incidentes.
A Associação Comercial e Industrial de Taguatinga manifestou-se contra o albergue, alegando que sua implementação pode desvalorizar os imóveis e afastar empresas da região. O presidente da entidade afirma ter sugerido um local mais apropriado para o abrigo, mas o Governo do Distrito Federal (GDF) recusou a proposta.
Em resposta às críticas, a Secretaria de Desenvolvimento Social defende que a criação de abrigos não representa um retrocesso, mas sim uma estratégia para oferecer dignidade e promover a autonomia das pessoas em situação de rua. Segundo o órgão, há um Plano Distrital para humanizar o atendimento e facilitar a reinserção social dessa população.
A polêmica reflete um desafio complexo, que envolve não apenas questões de segurança pública, mas também de saúde, qualificação profissional e inclusão social. Enquanto as autoridades justificam o projeto como uma solução humanitária, comerciantes e moradores esperam medidas que equilibrem o acolhimento da população vulnerável com a segurança e a economia local.